Compositor: Griza Nokto
No topo do prédio para ver o céu
A cidade é um som distante
A noite se espraia como véu
Instante após instante
O peso das constelações
Satélites e quasares
Ínfimo, átomo, inações
Sob a luz de Antares
As marcas de medos e fugas
O tempo, declínio e rugas
Dizem o quanto já vivemos
Amargas, assim são as horas
Os templos e suas esporas
Nos dizem em vão oremos!
Tomamos remédios para ver o céu
A felicidade é palpitante
A noite nos leva em seu batel
Sem agulha ou sextante
Acesos, nossos corações
Vélites, brutais e vulgares
O dízimo póstumo: Vis e ladrões
Excesso de cruzes e altares
As marcas de medos e fugas
O tempo, declínio e rugas
Dizem o quanto já vivemos
Amargas, assim são as horas
Os templos e suas esporas
Nos dizem em vão oremos!
Mulheres e homens libertos
Preferem caminhos incertos
Se a dor vier, que seja a nossa voz
Sob tecido preto e despertos
Estarão nossos olhos abertos
E mais brilhantes que mil sóis